quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sofia Coppola


Kirsten Dunst como Lux em "As Virgens Suicidas", primeiro longa-metragem de Sofia. (1999)

 Hoje eu resolvi falar sobre ela, minha musa: Sofia Coppola, minha diretora atual favorita. De todos os tempos, é diretor: Chaplin (e um dia vou falar sobre ele aqui também).
A Coppolinha fez o meu filme favorito de sempre: Encontros e Desencontros. A Coppolinha me deixa emocionada com os filmes dela. Não sei explicar direito, mas ela me entende heheh. Eu me vejo em Encontros e Desencontros e em Um Lugar Qualquer, por exemplo. Nos outros, eu entendo, eu aprecio, eu adoro, eu acho lindo hahah.
Acho lindo, por exemplo, como ela consegue ser tão feminina em seus filmes sem ser chata, melacueca etc e tal. Outra coisa que a-do-ro: a trilha sonora. São maravilhosas. Outra coisa? Ok, os enquadramentos, a fotografia... Outra coisa? Ok, os roteiros, todos assinados por ela.

Scarlett Johansson como Charlotte em "Encontros e Desencontros", seu segundo filme. (2003)

Vou pegar e falar um pouco sobre o meu favorito da vida, Lost in Translation, ou Encontros e Desencontros. Tentarei não deixar os comentários tão... babação haha, mas vamos lá. E perdão desde já, caso eu não seja bem sucedida.
O filme tem como protagonista Bob Harris (Bill Murray, sensacional), um ator em declínio de carreira que aceita ir para o Japão fazer uma propaganda de whisky. Demonstrando certa frustração e cansaço, Bob tenta se adaptar a tão diferente cultura japonesa, a começar pelo (por mais que pareça bobeira) fuso-horário.
Lá, Bob conhece Charlotte (Scarlett Johansson no papel de sua vida, já que depois disso não vi mais nada que preste dela), uma jovem que está no Japão acompanhando seu marido, John, um fotógrafo. Nos dois personagens, vemos em comum a frieza que sentem em relação a seus parceiros: casado há 25 anos, as conversas de Bob com sua esposa parecem limitar-se sobre a decoração da casa, enquanto Charlotte, casada há 5 anos, não se vê incluída no mundo e nas amizades fúteis do marido.

Kirsten Dunst como Maria Antonieta em "Maria Antonieta", o terceiro. (2006)

Todos falam, e eu concordo, que o filme é do Murray, mas Charlotte me cativa. Jovem, já formada, casada, ela passa por aquele momento que todos temos um dia: o dos questionamentos. E como eu pareço estar em uma eterna fase de questionamentos e não sei se isso um dia irá passar, sinceramente, quando eu assisto ao filme eu me vejo nela. Sempre. A Coppola nos brinda com diálogos maravilhosos, e um dos meus favoritos/momento me identifiquei é esse:

Charlotte: I'm stuck. Does it get easier? 
Bob: No. Yes. It gets easier. The more you know who you are, and what you want, the less you let things upset you. 
Charlotte: I just don't know what I'm supposed to be, you know. I tried being a writer, but I hate what I write. I tried taking pictures, but they were so mediocre. You know, every girl goes through a photography phase. You know, horses... taking dumb pictures of your feet. 
Bob: You'll figure that out.


Sério, essa frase do Bob mudou minha vida, haha. “The more you know who you’re are, and what you want, the less you let things upset you”. E não é? So true. Essa cena, aliás, é uma das coisas mais lindas que já vi no Cinema. A câmera de cima, pegando os dois deitados na cama e conversando até que, enfim, adormecem... 

Elle Fanning como Cleo em "Um Lugar Qualquer", o último lançado. (2010)

 É tudo tão sutil, tão lindo. Eles, por muitas vezes, nem precisam falar. E a trilha sonora, tanto as músicas quanto uma parte que tem instrumental (um exemplo é quando Charlotte está na janela do quarto), ajudam. Aqui, um momento que eu acho di-vi-no do filme, justamente pela combinação Coppola, sua linda + trilha sonora.
Se assistiu ao filme ou ao vídeo, acho que percebeu que não foi por acaso que todas as imagens que coloquei dos filmes dela são dessa “marca registrada” da Coppolinha. As cenas de passagem no carro, ou na carruagem, como é em Maria Antonieta. E como eu as amo.
Não posso esquecer de comentar, claro sobre o final. O maravilhoso final. O final que fez desse filme uma obra-prima. O sussurro de Bob para Charlotte que Sofia não nos permitiu escutar e que foi uma decisão de gênio. Tudo que podemos ouvir, depois dele é “Ok?” e a resposta “Ok”. Ficou lindo... Que cada um interprete como quiser.
Tudo com ela é isso. É sentir.

4 comentários:

Thiago M. Cezimbra disse...

Ótima resenha, Kah...mas vc pegou pesado com a Scarlett, esqueceu de Match Point..hahaha. E o filme é sensacional mesmo, tu sabe que partilho da tua visão sobre ele...tb o adoro. E qto a Coppolinha...filha de peixe, peixinho é...hehehe.

Anônimo disse...

Match Point... É, ok, o filme de tão foda faz parecer que ela atuou bem hahaha.

Francielly disse...

Boa resenha. Amo a Sofia e seu cinema de primores!

Livia Amaral disse...

Resenha perfeita Kah! Cheia de sentimento, continue escrevendo assim honey. Assisti Somewhere há algumas semanas, e fiquei com vontade de rever Lost in Translation, rs.