sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Qualquer calmaria...

Esse texto é inspirado na música "Um móbile no furacão", do Paulinho Moska (ele não cantou no show maravilhoso que fez no Sesi - Centro RJ, mas é uma das que mais gosto) e influenciado por um bate-papo que tive com minha amiga Lorena (fofis!!!), na volta de lá.
Escrevo escutando, insistentemente, "Um vendaval", na voz da Isabella Taviani - que dá título à curta criação.



UM VENDAVAL

Você, assim como um vendaval, chegou e bagunçou tudo: revirou pensamentos, deixou sentimentos de pernas pro ar!
(Tirou meu ar, aliás...)
Você invadiu meu espaço, adentrou minha mente, chegou como quem prometia paz.
Ilusão, apenas: você chegou, mas não quis ficar.
Suas mãos, a princípio, pareciam querer para sempre me segurar.
Ao contrário disso, você nada fez, deixou - louca e curiosamente - o meu amor escapar.
Eu, sempre tão disposta a amar, desta vez só abri o coração por ter a certeza da reciprocidade.
Corações também se enganam, meu bem - e, outra vez, tive como companhia somente a minha ansiedade.
¡Falta mía, sí! Reconheço minha inconstância e (im)pulso acelerado.
Perdida, buscando por sensações efêmeras neste cotidiano, posso ter escolhido o momento errado.
Fato é que, o que outrora fora um vendaval, agora, visto à distância pode parecer um simples assopro.
(Mesmo que eu tenha esquecido do quanto os vendavais são rápidos e deixam sérias consequências.)
Não quero entender, saber o porquê, saber de você.
Insistir seria falta de inteligência.
Sem essa de apego, de ternura, de parecer aprendiz...
"Somente eu posso saber o que me faz feliz".

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ampla visão deturpada

Ela achava a vida uma coisa estranha por causa de um simples motivo: a percepção.
Ninguém percebe nada por ninguém, nem da mesma maneira: é - ela acreditava - a coisa mais pessoal que existe.
Você pode dividir opinião, dar um conselho, contar um segredo...
Mas com a percepção não se faz nada disso!
E por isso ela pensava tão diferente. E se dava bem. E se dava mal...
Muito porque enxergava a vida como algo extremamente efêmero: tinha louco desespero em viver tudo o que lhe dava vontade.
Fato é que não conseguia carregar todo mundo no seu pique, o que para ela era uma desilusão.

Abre parênteses (para um blábláblá).

E olha que nem eram sonhos absurdos, loucuras que demandam muita verba, ou algo que os valha.
Eram coisas simples, mas que o sinuoso itinerário cotidiano não lhe permitia: tomar sorvete com a família reunida na noite de uma quinta-feira quente; juntar aquela galera boa - todo mundo no famoso "juntoemisturado" - para um evento qualquer, apenas pelas companhias; assistir ao vídeo do parto de seu novo priminho (não! ela não aguentaria assistir ao vivo, mesmo com o convite que recebera)...
Ela gostava mesmo era de estar com aqueles pelos quais sentia apreço. De passar momentos importantes e felizes com eles.

Fecha parênteses.

Eis que, à medida que o tempo passava, ela foi aprimorando o seu bom-senso, praticando budistamente sua paciência e se permitindo maiores responsabilidades no que diz respeito ao âmbito emocional (como se já não bastasse os compromissos diários que possuía...).
Percebeu que nem todos - ou quase ninguém - eram como ela. Seu jeito, tão particular - que ela mesma julgava um misto de extroversão com timidez - não agradava a gregos e troianos.
Bem... Isso ela já sabia. Mas quando tal fato se mostrou desmascarado, nu e cru, ela chorou.
E suas lágrimas não foram derramadas pelos outros. Em um momento egóico, ela chorou por si mesma.
Repensou algumas atitudes. Prometeu-se não mais repeti-las. E, por fim, teve a certeza de que não conseguiria cumprir o trato que fizera consigo mesma. Traiu-se com a facilidade de quem trai ao outro. E, outra vez, chorou.
Num primeiro instante, sentenciou sua própria falta de vergonha. Passado algum tempo, notou que não se tratava disso.
O gostar-de-alguém é algo que não se escolhe - como ela se repudiava por ter de admitir isso! Amar-alguém, então... Como ela gostaria de poder escolher!
Atada, sem opções, ela continuava a viver...
Se ainda lhe faltava tempo para perceber, não fazia mal: sua certeza é que, independente dos percalços, a vida é rara - e disso ela tem certeza.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Harry Potter: o fim

Então, gente... Esse post vai me tomar horas. Já faz uma meia hora que estou aqui com o Word aberto e não sabia por onde começar, como começar e como dizer tudo. Muito difícil escrever sobre o filme que mais me emocionou nos últimos anos. E, claro, parte da carga emocional deve-se também ao fato da história que marcou toda minha infância e adolescência ter chegado ao fim.
Como disse no post sobre HP, são 10 anos. Dos 11 aos 21 anos não é pouca coisa, néam? É complicado para mim e, garanto, para as pessoas que como eu acompanharam todos os filmes, livros etc. Provavelmente alguém se pergunta “como assim chegou ao fim? Chegou ao fim quando você leu o sétimo livro, né mimimi”. Sim, claro, também foi difícil, mas é que a cada livro que ia sendo lançado, o filme vinha logo depois. Então, o fim chegou, de fato, com o filme.
Eu assisti pela primeira vez na quinta-feira, 00h. Pré-estreia. E será um dia que ficará para sempre marcado, não só pelo filme e pelo fim, mas porque eu estava na companhia de todos os meus amigos que viveram comigo toda essa fase. Alguns, eu conheci na faculdade, mas são igualmente importantes e viciados hahah. Então rimos juntos, choramos juntos, assistimos ao fim de tudo juntos...
E gente, sessão de 00h, pré-estreia, é a coisa mais engraçada ever. Tem que ir no espírito! Tem que ir sabendo que vai ter gente fantasiada, que o povo vai gritar quando o filme começar, que vai gritar também nas cenas que nós que já lemos o livro sabemos quais são, enfim!, que o povo vai ficar louco. E eu adoro esse clima! Na verdade... Adorava (lágrimas). Lógico que depois eu preciso assistir ao filme novamente com mais calma, menos euforia etc e tal.
No caso deste Harry Potter, acho que passarei o mês inteiro catando companhias para assistir umas sete vezes ou mais no Cinema. E fale o que quiser sobre isso, usarei a filosofia Honey Badger: “I don’t care, I don’t give a shit”. É o fim e eu preciso aproveitar e rever o quanto for necessário e enquanto eu tiver dinheiro, lógico. Por falar em dinheiro, não gaste à toa no 3D. É desnecessário e nada acrescenta além da dor de cabeça em alguns. E o filme em 2D é muito melhor aproveitado, as imagens são ótimas.
É, eu finalmente comecei a falar sobre o filme... Que tarefa difícil, hein. Começa pelo fato de que eu adorei todos do Yates até hoje. E ainda considerei o HP 7.1 perfeito. Tarefa difícil falar sobre o 7.2, já que estou pensando e repensando e... Também o considero perfeito. Vamos lá? And here we go.
E se você não leu os livros, não ler. Se não quer saber como certas coisas se desenvolvem no filme mesmo que tenha lido, não ler. Contém spoilers.



O começo é bom. Muito bom. A trilha sonora... Ah, Desplat. Seu lindo. A trilha desse filme é absurda. Tanto da primeira quanto da segunda parte (que é melhor ainda). Man, aquela cena que o trio passa correndo por Hogwarts no meio da guerra... Que-trilha-é-essa-diz-pra-mim?! Era uma cena de ação, podia facilmente ser algo nesse clima, aquela coisa batidona e tal, mas não! Não! A trilha é melancólica, é triste... Claro! O lugar que nós tanto adorávamos está sendo destruído, pessoas estão morrendo nisso tudo. Sim, em algumas cenas a trilha é de ação total, mas essa aí me chamou atenção. Num geral, ela poderia ter sido somente no estilo “corre, corre”, e não foi.
Outra que me chamou atenção foi a dos flashbacks do Snape. Delicada, triste mais uma vez, acrescentando a carga emocional que era pedida. Perfeita. Aliás, que flashbacks, hein? Alan Rickman chutando tudo neles. Eu já sabia que ele era um bom ator (bom não... excelente). E assim que eu li essa cena no livro, digamos assim, eu sabia. Sabia que ele ia arrasar e muito ali, que era só o filme dar espaço. E deram. E meldels, gente. Eu desabei ali. Na verdade, eu desabei assim que ele, antes de morrer, disse para Harry: “You have you mother’s eyes”. Que êsso, Brasil. Depois, foi choradeira até o fim.
Por falar em atuações, outro destaque que eu gostei e estava sentindo falta era de Maggie Smith como a impagável Minerva McGonagall. Perfeito timing em “Eu sempre quis usar esse feitiço”. Aliás, o filme tem um timing perfeito... Ele possui humor quando necessário, drama e romance na medida certa. Rony e Hermione, finalmente! Seus lindos! (: E o povo sempre fala mal de Harry e Gina, mas eu acho muito digna a forma como aparece no filme dos dois...  É fofo, gente. É delicado.
EDIT: Acrescentando aqui dois pontos que esqueci, como pude? Gente, Ralph Fiennes absurdo como Voldemort! Aquela cena que Neville pede a palavra e ele se concentra todo, claramente com ódio e deixa o menino falar... Os espectadores todos juravam que ele ia receber um Avada Kedavra ali, na hora haha. Extremamente competente em fazer um vilão asqueroso e que temos vontade de odiar. E por falar em Neville... Ele mesmo. Salvando o dia (ótimo!!) e, junto com Rony (Rupert Grint tem tudo para se tornar um baita ator), protagonizando as cenas cômicas com precisão, sem ficar over. Muito bom os dois.
As mortes de Fred, Tonks e Lupin são como aparecem no livro. As de Tonks e Lupin talvez choquem mais, por ser de uma forma tão rápida, mas elas são assim no livro também. É frio, mas é um frio proposital. Gostei muito do momento leoa de Molly Weasley pra cima de Belatriz, exatamente como no livro “Not my daughter, you bitch!”. Outra coisa... Direção de arte, efeitos visuais, especiais, som... Impecável, povo. A fuga de Gringotes no dragão é per-fei-ta. Tudo impecável. Vai rolar Oscar nisso aí, hein. Indicações em algumas dessas. E por mim rolava indicação até para Alan Rickman como ator coadjuvante, mas né... É aquilo. E a trilha sonora do Desplat PRECISA ser indicada.
E para fechar, o epílogo. Chorei horrores ali quando assisti a primeira vez. A trilha sonora dele é do primeiro filme, gente. Até lembro a cena, é a que Harry está indo embora de Hogwarts. E ela toca em outras partes do filme também e... YATES, maledeto, por que fez isso comigo? Me acabei ali quando escutei com qual música ele resolveu finalizar a saga. E também a forma como ele resolveu terminar... Com um close neles, no trio que nós acompanhamos por 10 anos e vimos crescer e...  Sério. Sem palavras.
Acho que é isso... Foi difícil, mas saiu. Talvez eu tenha deixado algumas coisas de fora, mas é a emoção hehe. Foi um adeus lindo. E digno. Digno da história maravilhosa que é. Fez jus. E como fez... Vai deixar muita saudade. Na verdade, já está deixando... E para sempre.

            Num futuro próximo, se alguém me perguntar se depois desse tempo todo (after all this time?) eu ainda sinto saudades dessa época, eu irei responder: "Always". ;)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Charles Chaplin

 "Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação." (Charles Chaplin)


Buenas!

Como havia comentado no post sobre a Coppola, estou aqui hoje pra falar sobre ele... O gênio do Cinema, minha inspiração de vida, de admiração pela sétima arte: Chaplin. E se o post da Coppola me tomou horas para poder escrevê-lo já que nunca o julgava bom (e ainda não o julgo. sim, eu sou chata heheh) justamente por admirá-la tanto, imaginem com ele? Mas vou tentar, é o mínimo que posso fazer.
Chaplin em cena de "O Garoto"
Diferente de muitos (da minha idade, pelo menos hehe) o primeiro filme que eu assisti dele não foi no colégio. Sim, foi Tempos Modernos, mas não foi na aula de Geografia hehe. Já nas primeiras cenas dele eu já fiquei como, né... Aquelas ovelhas de rebanho seguindo em uma direção e, logo em seguida, operários fazendo o mesmo seguindo em direção à fábrica. Depois começam as cenas que se tornariam as mais famosas do mundo, as de Carlitos trabalhando mecanicamente na fábrica e enlouquecendo.
Nem preciso dizer o quanto são geniais as cenas, principalmente a de quando ele é engolido pela máquina (cuja cena não consegui achar no youtube, infelizmente, mas coloquei uma foto dela aqui) e aquela na qual seu chefe o usa para ser o teste da nova máquina  que estavam tentando vender: ela alimentava os funcionários para que eles não precisassem parar de trabalhar na hora do almoço (gênio, gênio). Não preciso lembrar que esse filme retrata aquela época tensa das indústrias onde o trabalhador era extremamente explorado e chegava a trabalhar 12 horas por dia para ganhar uma miséria, né? hehe. E convenhamos que o filme é atemporal justamente pelo fato de que a exploração continua em alguns cantos do mundo... E não estou sendo mimimi marxista-comunista, basta abrir os olhos.
Uma das coisas que mais gosto nos filmes do Chaplin é que ele consegue fazer um humor sensacional e, ao mesmo tempo, embute fortes críticas em todos os seus filmes. Não é um humor bobo toscão tipo essas comédias que acham que mostrar um ator vomitando ou se expondo ao ridículo é super-engraçado-meu-deus, nossa! A graça dele, mesmo que seja bobo, é genial (não vou me cansar de usar os adjetivos “genial” e “gênio” nesse post, engulam), tanto que uma frase sua é “que eu seja um comediante, mas um comediante que pensa”.

Chaplin em "Tempos Modernos".

Como fiz com a Coppola, vou falar aqui sobre meu filme favorito dele... Qual é? O Grande Ditador. Eu acho O Garoto lindo. E ainda tem aquele moleque sensacional que consegue roubar a cena até do próprio Chaplin. Luzes da Cidade tem um dos finais mais lindos que já vi na vida, sério, e ainda tem aquela amizade de Carlitos com o rico bêbado (crítica forte nisso aqui, já que o rico só era amigo dele quando bebia) e a fantástica cena da luta de boxe. Monsieur Verdoux é uma comédia de humor negro e é até um pouco estranho assistir Chaplin num papel assim, mas é um filme brilhante, um dos melhores dele. O Circo nos brinda com cenas de humor fantásticas (um exemplo), Em Busca do Ouro tem a clássica cena do balé dos pães e é um filme maravilhoso e até um pouco subestimado, poucos falam sobre. Não posso esquecer também da cena onde Carlitos, por não ter o que comer, cozinha seu sapato e o come, putz... Luzes da Ribalta é um retrato do que aconteceu com Chaplin e o personagem O Vagabundo e, pasmem, ele aceitou morrer nas telas. Que outra pessoa mataria a si mesmo num filme? Pode até ter tido, mas nunca vi hehe. Casamento ou Luxo e Um Rei em Nova York são bons e... só, mas não desgosto deles.
Agora, por que dentre todos estes que eu adoro O Grande Ditador é meu escolhido? Eu poderia dizer que só pelo discurso final que me arrepia até hoje, mas vai além... Chaplin satirizou ditadores com uma genialidade de outro mundo (e a cena clássica do globo, minha gente? aquilo ali ninguém mais faz algo igual ou parecido no quesito importância) e reforçou os valores do ser humano que ele temia que fossem perdidos devido ao avanço da tecnologia e das ambições de alguns. E ainda tem, logo no início, uma das cenas que mais me fez rir em toda minha vida. Sério.
Todos sempre falavam/falam que Chaplin era comunista (ele inclusive foi expulso dos EUA por causa disso, na época do macartismo. babacas.), mas eu sempre o considerei e considero até hoje, acima de tudo, um humanista, por mais que Tempos Modernos seja perfeito para estudar Karl Marx em Sociologia. O apelo dele sempre foi o homem. Essa sempre foi sua base... Meio inocente, eu arriscaria dizer, mas um apelo digno.
E para fechar, eu não poderia deixar de fora o discurso maravilhoso do final de O Grande Ditador...
Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.
   Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
   O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.  A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
   A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
   Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!
   Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
   É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!



"Tudo que eu preciso para fazer uma comédia é um parque, um policial e uma menina bonita..."

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Meu Deus, qual é?

E então, meus amigos biriteiros, como estão?
Primeiramente, peço desculpas pela ressaca, né? Há quanto tempo não dou as caras por aqui...
Volto, porém, com o intuito de, pelo menos de 15 em 15 dias, publicar aqui.

O texto de hoje é relacionado ao tempo. Aliás, tempo e religião se misturam - nas linhas e nas entrelinhas.
Não é prosa. É verso. É alma.
A inspiração foi na música "Oração ao Tempo". Seja na voz do Caetano, da Bethânia... Já ouvi até a versão da Luiza Possi, também ficou legal. A música é ótima!

Sem mais delongas, vamos ao que interessa.

-

Deus, força do tempo
Força do hábito
Que tudo sabe, que tudo vê
Por favor, me diga:
Quem é você?

Deus, que dignifica
Que não prejudica
Que possui ajuda de seus querubins
Faça um favor:
Apresente-se a mim!

Deus que tudo ouve - com paciência e resignação
Que está dentro do coração
E também em cânticos, palavras e preces
Quando tiver um tempo, por obséquio:
Vê se me aparece!

Deus que convence, manipula, engana
Castiga, endivida, intimida...
Por favor, faça questão
De não entrar na minha vida

Mas Deus, meu Deus
Não o convencional ou ficcional
Deus, você que é rei
E age em mim de acordo com o que apresento
Deus, em ti confio
Meu Deus: meu tempo!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sofia Coppola


Kirsten Dunst como Lux em "As Virgens Suicidas", primeiro longa-metragem de Sofia. (1999)

 Hoje eu resolvi falar sobre ela, minha musa: Sofia Coppola, minha diretora atual favorita. De todos os tempos, é diretor: Chaplin (e um dia vou falar sobre ele aqui também).
A Coppolinha fez o meu filme favorito de sempre: Encontros e Desencontros. A Coppolinha me deixa emocionada com os filmes dela. Não sei explicar direito, mas ela me entende heheh. Eu me vejo em Encontros e Desencontros e em Um Lugar Qualquer, por exemplo. Nos outros, eu entendo, eu aprecio, eu adoro, eu acho lindo hahah.
Acho lindo, por exemplo, como ela consegue ser tão feminina em seus filmes sem ser chata, melacueca etc e tal. Outra coisa que a-do-ro: a trilha sonora. São maravilhosas. Outra coisa? Ok, os enquadramentos, a fotografia... Outra coisa? Ok, os roteiros, todos assinados por ela.

Scarlett Johansson como Charlotte em "Encontros e Desencontros", seu segundo filme. (2003)

Vou pegar e falar um pouco sobre o meu favorito da vida, Lost in Translation, ou Encontros e Desencontros. Tentarei não deixar os comentários tão... babação haha, mas vamos lá. E perdão desde já, caso eu não seja bem sucedida.
O filme tem como protagonista Bob Harris (Bill Murray, sensacional), um ator em declínio de carreira que aceita ir para o Japão fazer uma propaganda de whisky. Demonstrando certa frustração e cansaço, Bob tenta se adaptar a tão diferente cultura japonesa, a começar pelo (por mais que pareça bobeira) fuso-horário.
Lá, Bob conhece Charlotte (Scarlett Johansson no papel de sua vida, já que depois disso não vi mais nada que preste dela), uma jovem que está no Japão acompanhando seu marido, John, um fotógrafo. Nos dois personagens, vemos em comum a frieza que sentem em relação a seus parceiros: casado há 25 anos, as conversas de Bob com sua esposa parecem limitar-se sobre a decoração da casa, enquanto Charlotte, casada há 5 anos, não se vê incluída no mundo e nas amizades fúteis do marido.

Kirsten Dunst como Maria Antonieta em "Maria Antonieta", o terceiro. (2006)

Todos falam, e eu concordo, que o filme é do Murray, mas Charlotte me cativa. Jovem, já formada, casada, ela passa por aquele momento que todos temos um dia: o dos questionamentos. E como eu pareço estar em uma eterna fase de questionamentos e não sei se isso um dia irá passar, sinceramente, quando eu assisto ao filme eu me vejo nela. Sempre. A Coppola nos brinda com diálogos maravilhosos, e um dos meus favoritos/momento me identifiquei é esse:

Charlotte: I'm stuck. Does it get easier? 
Bob: No. Yes. It gets easier. The more you know who you are, and what you want, the less you let things upset you. 
Charlotte: I just don't know what I'm supposed to be, you know. I tried being a writer, but I hate what I write. I tried taking pictures, but they were so mediocre. You know, every girl goes through a photography phase. You know, horses... taking dumb pictures of your feet. 
Bob: You'll figure that out.


Sério, essa frase do Bob mudou minha vida, haha. “The more you know who you’re are, and what you want, the less you let things upset you”. E não é? So true. Essa cena, aliás, é uma das coisas mais lindas que já vi no Cinema. A câmera de cima, pegando os dois deitados na cama e conversando até que, enfim, adormecem... 

Elle Fanning como Cleo em "Um Lugar Qualquer", o último lançado. (2010)

 É tudo tão sutil, tão lindo. Eles, por muitas vezes, nem precisam falar. E a trilha sonora, tanto as músicas quanto uma parte que tem instrumental (um exemplo é quando Charlotte está na janela do quarto), ajudam. Aqui, um momento que eu acho di-vi-no do filme, justamente pela combinação Coppola, sua linda + trilha sonora.
Se assistiu ao filme ou ao vídeo, acho que percebeu que não foi por acaso que todas as imagens que coloquei dos filmes dela são dessa “marca registrada” da Coppolinha. As cenas de passagem no carro, ou na carruagem, como é em Maria Antonieta. E como eu as amo.
Não posso esquecer de comentar, claro sobre o final. O maravilhoso final. O final que fez desse filme uma obra-prima. O sussurro de Bob para Charlotte que Sofia não nos permitiu escutar e que foi uma decisão de gênio. Tudo que podemos ouvir, depois dele é “Ok?” e a resposta “Ok”. Ficou lindo... Que cada um interprete como quiser.
Tudo com ela é isso. É sentir.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Harry Potter

Apenas uma pequena atualização! A página oficial de "Harry Potter" no facebook postou ainda agora, à noite, um trailer novo da parte 2. E, se possível, ele é mais épico ainda do que o que eu havia postado lá embaixo. Deliciem-se, fãs... E cuidado para não morrer antes da estreia.

 


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Então, gente... Vamos tirar a teia de aranha daqui, né? Passadas as provas e chegada a tão desejada e esperada (pausa para euforia) FÉRIAS!!!! (voltando...), vamos ver se consigo voltar pra cá. E para este retorno, escolhi “Harry Potter” como assunto a ser abordado neste meu post. O motivo? Além de se fã incondicional da saga desde os meus 11 anos de idade (e se você for um hater dela, favor clicar no “x” do seu navegador. puto.), eu ganhei o BD do último Harry Potter (e as Relíquias da Morte – Parte I) e estava assistindo ao filme e, claro, aos extras. Assisti ao filme em “Maximum Movie Mode”, extramemente nerd/fanática, eu sei, mas este recurso é magnífico para nós, fãs árduos do bruxo e amantes da sétima arte. Por quê? Em determinados momentos do filme, atores, produtores, maquiadores, enfim! (a galera toda), nos mostram bastidores e o making off... Tudebão, zente! Me fiz. Quem tiver BD e tiver paciência, fica a dica.

Por ter visto tudo isto, lembrei dos meus 11 anos... Dia 23 de novembro de 2001 estreiou aqui no Brasil “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Eu não tinha lido o livro, mas fui assistir com minha mãe no cinema. Apaixonei. Logo depois, amigos da minha mãe me deram de presente o livro, fiquei toda feliz e, lógico, fui ler... Pra quê? Haha. Lembro até hoje da página com o primeiro capítulo (e sem precisar do google): o menino que sobreviveu. Harry estava completando 11 anos no livro, exatamente a minha idade quando o li pela primeira vez (o meu livro está inteiro ainda, mas cheio de marcações, eu devo ter lido umas 4 vezes ou mais). E conforme eu ia lendo e assistindo aos filmes, eu fui crescendo junto com ele, Rony e Hermione.

Cartaz de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte I"

E junto com isso, eu fui atravessando aquela época fãzóide master: eu comprava posters, revistas (e ponha plural aqui), tive um blog sobre HP (yeah!), álbum de figurinhas (é, eu sei...), cadernos (todos esses itens guardados até hoje aqui em casa. falei.)... Sério, sem noção. Um vício saudável, eu diria. Hoje em dia a galera compra essas paradas de Crepúsculo e... Ah, zente, não dá, néam? Enquanto em Harry Potter eu aprendi os valores da amizade verdadeira e leal, a escolher o caminho certo e não o mais fácil, o amor de uma forma fufi e saudável (Bella Swan must read “Harry Potter”), o valor da família (Bella Swan must read “Harry Potter” [2]) entre outras coisitas, em Crepúsculo eu vi uma menina de 19 anos (né? acho que é essa a idade, esqueci) abdicar de tudo isso para ficar com um vampiro porpurinado (sem caninos!!!) e de valores duvidosos (manipulador safado, você não me engana). Era o que eu estava falando com minha mãe outro dia: pobres dos pais que precisam levar suas filhas(os) para assistir a (pausa para risos) saga (!) “Crepúsculo” nos cinemas (filmes podres). Ela riu. “Harry Potter” nunca foi um sacrifício para ela, até hoje ela vai assistir comigo e sai contente do cinema toda vez (menos no 4º filme, que foi uma bostica. Mike Newell puto).

Mas retomando... tudo isso começou porque eu estava assistindo ao BD de HP7.1, né? E também pelo fato de que falta um mês para o último (cujo trailer é épico, arrepio toda vez que assisto). Gente, é o último. Gente, acabou. Como assim?? Não vai ter mais... COMO? Eu assisti todos no cinema... Do terceiro pra cá eu assisti todos na estréia e pretendo ir nesse na pré-estreia, 00h de quinta-feira, dia 14 e... COMO ASSIM vai acabar? Como assim eu não vou poder mais esperar pelo próximo filme? Já foi um baque quando eu não pude esperar mais pelo próximo livro e... J. K. Rowling, faz favor (sua linda). Por sua culpa dia 15 de julho eu vou dizer tchau para a minha infância/adolescência e dar “oi” para minha vida adulta, assim como eles. Triste. Muito triste. Tenho certeza que sairei do cinema com os olhos inchados, mesmo que o filme seja ruim (o que acho difícil já que os filmes do Yates são os meus favoritos)... (suspiros). O legal disso tudo, é que quando eu tiver meus sei-lá-quantos-anos, eu vou relembrar disso tudo numa nostalgia muito gostosa. E, claro, meus filhos irão assistir/ler “Harry Potter”. E quem quiser ler “Crepúsculo”... Bem, acho que não corro este risco, até lá todo mundo já esqueceu. Risos.

Finalizando, vou fazer um top dos meus livros e filmes preferidos... Apesar de sempre variar em relação aos livros, acho que agora esse é o definitivo.

Livros:
1. Enigma do Príncipe (6º)
2. Prisioneiro de Azkaban (3º)
3. Cálice de Fogo (4º)
4. Relíquias da Morte (7º)
5. Câmara Secreta (2º)
6. Pedra Filosofal (1º)
7. Ordem da Fênix (5º, esse é o mais boring/paradinho. Yates adaptou o filme e o fez ficar melhor que o livro, eu achei)

Filmes:
1. Relíquias da Morte – Parte I (dir.: David Yates; esse aqui eu considero perfeito. sério.)
2. Enigma do Príncipe (dir.: David Yates; um pouco acelerado no final, mas excelente mesmo assim)
3. Prisioneiro de Azkaban (dir. Alfonso Cuarón; esse aqui é um amo/odeio para mim. adoro o tom sombrio que o Cuarón colocou no filme, que era o que HP estava precisando, gosto dos planos dele e tal, mas... deixou a desejar na história para mim e me decepcionou por esse lado. mas sem dúvida é um ótimo filme, e ainda tem o Gary Oldman destruindo tudo como Sirius, que é o meu personagem favorito.)
4. Ordem da Fênix (dir.: David Yates; o filme é muito melhor que o livro. sem mais. Grope desnecessário aqui, como desnecessário também no livro.)
5. Pedra Filosofal (dir.: Chris Columbus; é de criança, é bobinho, é fofinho [o que é o trio pequetito, zente? que vontade apertar aquelas bochechas britânicas]. mas marcou, né? foi o primeiro... e ainda tem a trilha sonora di-vi-na do John Williams chutando tudo.)
6. Câmara Secreta (dir.: Chris Columbus, esse é queridinho e ok.)
7. Cálice de Fogo (dir.: Mike Newell. EW. ew é a “palavra” pra descrever. esse filme deveria ter sido O filme de HP. Voldemort fucking volta! e o puto do Newell está mais preocupado em jogar piadinhas ao longo do filme e... constrangedor. queria que o Cuarón tivesse dirigido esse também. ou que o Yates tivesse chegado um pouco mais cedo.)

quarta-feira, 30 de março de 2011

Parceria da oportunidade



Sem espaço no Vasco, goleiro vê em transferência para o futebol português a chance de revitalizar sua carreira

Depois de cinco anos nas categorias de base do Grêmio, o goleiro Gott, pouco aproveitado no Vasco, foi emprestado ao Vasco da Gama de Sines, de Portugal, até junho desse ano. Para ele, a transferência para o futebol europeu representa, além da experiência internacional, a oportunidade de provar que pode, assim que voltar ao Brasil, fazer história no clube carioca.

Adaptação à cidade grande

Natural de Três Passos, cidade do interior do Rio Grande do Sul, Gottfried Antônio Golz - cujo nome fora herdado de seu avô, ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, deu seus primeiros toques na bola aos 11 anos, em uma escolinha na própria cidade.

Em janeiro de 2004, durante a disputa de um campeonato em Santa Catarina com o time de Três Passos, um olheiro do Grêmio reconheceu seu talento e enxergou nele um goleiro em potencial. Dois meses depois, já estava de malas prontas para Porto Alegre, onde iria defender as cores da equipe sub-13 do Tricolor Gaúcho. Com a transferência, a primeira dificuldade: a adaptação ao estilo de vida de uma cidade grande.

- Saí de uma cidade pequena para morar em Porto Alegre. No início fiquei assustado, tinha apenas 13 anos, mas, com o tempo, fiz novas amizades e fui me acostumando. Lembro que minha mãe ficou comigo na primeira semana - disse Gott, em entrevista exclusiva.

Ele revela a alegria que teve ao saber que vestiria a camisa do Tricolor Gaúcho.

- Na época, demorou para cair a ficha, já que é um dos maiores clubes do rio Grande do Sul. Com 13 anos, saí de uma cidade com menos de 30 mil habitantes para jogar no Grêmio, isso era o sonho de toda a garotada da minha idade naquele tempo.

Do Sul para o Rio de Janeiro

Cinco anos após sua chegada ao Grêmio, houve uma mudança na diretoria do clube. Vários dirigentes - alguns, responsáveis pelas categorias de base - deixaram o tricolor - um deles foi Rodrigo Caetano, atual diretor de futebol do Vasco. Com isso, vários jogadores perderam espaço no clube gaúcho, incluindo Gott. Caetano aproveitou para levá-lo, assim como o atacante Lipe, para o Cruzmaltino.

- Com a mudança na direção do Gremio, acabei perdendo espaço, mas, em seguida, apareceu a oportunidade de ir para o Vasco - disse o goleiro.

No Vasco, Gott seguiu sem espaço. Reserva de Cestaro e Adilson na equipe de juniores, não atuava no torneio Otávio Pinto Guimarães e nem conseguiu emplacar na Copa São Paulo da categoria.

- Eu tinha apenas três meses de Vasco, era reserva do Cestaro, e não vinha atuando no Torneio OPG. Mesmo não tendo ido bem na Taça São Paulo, amadureci e aprendi muito na competição - ponderou.

Exterior traz nova chance para o goleiro

Em meados de 2010, o Vasco firmou uma parceria com o clube homônimo em Portugal, o Vasco da Gama de Sines, cidade de nascimento do almirante que dá nome a ambos os clubes. Nessa parceria, o Cruzmaltino emprestou em agosto quatro jogadores aos portugueses, um dos quais, o goleiro Gott, hoje titular da equipe, segunda colocada na AF Setubal (equivalente a um Campeonato Estadual do Brasil, mas de maior duração)

- Foi uma grande oportunidade que apareceu na minha carreira. Tudo tem corrido bem para mim aqui.

Ele analisa as diferenças entre o futebol brasileiro e o português:

- O futebol português é mais pegado que o o futebol brasileiro, é um estilo de jogo mais duro, de mais contato, diferente do que se vê no Brasil. Os treinos também são diferentes, aqui se usa muito campos reduzidos. Para se ter uma ideia, desde que cheguei aqui, fiz apenas um coletivo.

Apesar das diferenças entre os estilos, Gott afirma que a adaptação não tem sido problema, em parte graças ao grande número de brasileiros que vivem no país ibérico:

- A adaptação está sendo muito boa. No início, tive um pouco de dificuldade, mas tudo dentro do normal, hoje já estou adaptado. Portugal é um país bom de se viver, muitos brasileiros que moram aqui, o que facilita e faz você criar novas amizades.

Confira um bate-bola com Gott, goleiro titular do Vasco da Gama de Sines:

Flávio Amaral: Como você avalia seu crescimento pessoal e profissional de Três Passos para Sines?
Gott: O crescimento foi grande, além da parte física, também no pessoal. Aprendi muito durante todo esse tempo. Muitas pessoas me ajudaram. Sempre procurei ouvir os mais experientes e absorver o que passavam de positivo. Acho que esse é um segredo: saber ouvir os mais velhos e aprender com eles.

Flávio Amaral: Do que você mais sente falta em Três Passos?
Gott: Sinto muita saudade dos meus pais, meu familiares e amigos que moram lá. Sempre que possível, vou lá visitá-los. Quem sabe, no futuro, eu possa voltar lá. O amanhã a Deus pertence.

Flávio Amaral: Tem algum ídolo no futebol ou alguém em quem se espelha?
Gott: Não tenho idolos, mas sempre gostei muito do Taffarel e do Petr Schmeichel (goleiro dinamarquês que jogou no Manchester United e no Manchester City, além do Sporting Lisboa. Admiro muito os dois.

Flávio Amaral: Se você voltasse hoje para o Vasco, o que o Gott de hoje teria que o de 2009 não tinha?
Gott: Com certeza, voltaria mais maduro, mais experiente, mas isso é um procedimento normal na vida de um goleiro, que adquire experiencia somento jogando. Graças a Deus, estou tendo minha oportunidade aqui.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Minha relação com o Cinema

Buenas!

Estava muito tempo sem passar por aqui, né? Faltou assunto e inspiração heheh, acontece. "O drama da página em branco". Estou feliz por demais da conta com uma novidade na minha faculdade: minha habilitação, que tinha por nome Radialismo (Rádio e TV), mudou. Agora, eu faço Comunicação Social, com habilitação em Cinema & Audiovisual. YEAAAAAH! Gente, quase chorei de emoção. Mentira, não foi tão emo assim, mas putz!, fiquei muito feliz. :)

Além disso, este período estou tendo a melhor matéria do mundo: Teoria do Cinema, ou História do Cinema, para vocês terem uma noção melhor. E o professor nos pediu, na primeira aula, um texto de 30 linhas com o seguinte tema: cada um dissertar sobre sua relação com o Cinema e o Audiovisual, de um modo geral. Gente! Acho que nunca me perguntei isso, sabiam? Quase vergonhoso para alguém que aprecia tanto a Sétima Arte, não? Pois é. E gente, que pânico para escrever! Vocês não têm noção, as palavras simplesmente não saíam hahah.



Depois da semana inteira pensando, escrevendo, apagando, editando, na véspera fiz um texto às pressas que achei legal compartilhar aqui. O básico do texto é o mesmo praticamente, apenas modifiquei algumas coisas... Incrível como eu estou sempre retocando o que escrevo, não posso reler nada meu que quero mudar hahah.

Sem mais delongas, aqui está ele:


Difícil dizer, em algumas palavras, minha relação com o Cinema. Com o audiovisual, em geral, é fácil – e devo ser sincera: é limitada. Deve-se ao fato de minha atenção e interesse sempre ter sido o Cinema.
É complicado localizar, em minha memória, quando meu interesse pelos filmes foi despertado. Quando penso tenho a impressão de ter sido desde sempre. A visão sobre os filmes, contudo, foi mudando ao longo dos anos. De espectadora comum, passei a apreciá-lo como a Sétima Arte.
Deste momento em diante, não parei mais. A busca por informações, textos, notícias, qualquer coisa relacionada, é constante. Nunca me dou por satisfeita. Preciso de mais, sempre. Numa destas buscas, encontrei o diretor que fez com que minha paixão virasse amor: Charles Chaplin.
Seu Cinema, para mim, é atemporal. Tanto nas temáticas quanto na técnica. Utilizar em seus filmes o humor pastelão e, junto com ele, transmitir suas mensagens, é um dos aspectos que considero genial. Além, claro, da emblemática figura do Vagabundo, a caricatura perfeita. E eu poderia ficar aqui horas e horas falando sobre ele...
Uma diretora da atualidade que me impressiona e sempre me deixa satisfeita, é Sofia Coppola. A cineasta cria narrativas extremamente sensíveis, sentimentais. Seus filmes são poéticos e muitas vezes ela fala com o espectador através das imagens. Sofia Coppola é sempre uma questão de sentir.
E justamente uma das belezas do Cinema é isto. Sentir. O que eu sinto de um filme de fato não será o que você sentir. Podemos compartilhar até da mesma opinião em determinado tema, mas temos visões diferentes. A bagagem adquirida ao longo da sua vida é fundamental para que isso ocorra.
Uma das sensações do Cinema que mais me agrada é a surpresa. A expectativa de achar que um filme será bom e ele te surpreender negativamente; o contrário, melhor ainda. Além disso, o filme que assistimos hoje, ao ser assistido novamente depois de um tempo, dificilmente será o mesmo.
Nossa interpretação pode mudar. Detalhes novos podem ser percebidos e outros deixados de lado. Um filme que não te causou nada pode vir a ser um dos seus favoritos; aquele que te deixou empolgado por dias, pode cair significativamente no conceito e alguns podem permanecer no mesmo entendimento.
Além disso, o entretenimento. Afinal, filmes servem para te divertir, emocionar, te fazer pensar, refletir e, até mesmo, dar medo (filmes de terror servem para? Ah tá). Cinema é isso tudo. E mais um pouco.



Foi muito difícil escrever, mas eu tentei, né? :P

Até a próxima!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

And the Oscar goes to...

The King's Speech! ;)

Yeah! Inglaterra dominou os americanos e varreu os prêmios de Melhor Filme, Melhor Diretor (WTF), Melhor Roteiro Original (ok) e Melhor Ator (hiper merecido).



Eu gostei muito de "O Discurso do Rei" ter sido o filme do ano, muito mesmo, mas... Melhor Diretor? OI? Academia? Para mim, esse prêmio tinha que ser do Fincher ou do Aronofsky! Fazia que nem o BAFTA (nele "O Discurso do Rei" foi melhor filme e Fincher levou melhor direção), zente, por favor. E olha que o BAFTA é o Oscar britânico, hein. Enfim... Achei que foi um crime esse prêmio de melhor direção, assim como foi um crime "A Origem" levar melhor fotografia, ACADEMIA OOOOI?, o que há com vocês? Um crime cometido com "Bravura Indômita" que tem uma Fotografia absurdamente linda, uma Obra-Prima cada segundo daquele filme. Já "A Origem" é igual a todos os filmes do Nolan, que deve chegar para o diretor de Fotografia e falar: aquele tom cinzento-azulado de sempre, faz favor, com todas as cenas nos conformes. Blergh.

Mas, ela não errou em tudo... Melissa Leo e Christian Bale premiados com a estatueta dos coadjuvantes por "O Lutador", eu curti. Para ator coadjuvante, minha torcida era por Geoffrey Rush que, acho eu, nunca conseguirei parar de elogiá-lo por sua atuação em "O Discurso do Rei", maaas, não fiquei revoltada já que o Bale oferece uma ótima performance em "O Lutador". Já Melissa Leo eu curti muito. Amy Adams não tinha como competir, Hailee Steinfeld já ganhou prêmio ao ser indicado em sua idade e Helena Bonham Carter estava muito bem em "O Discurso do Rei", mas não para o prêmio.



E melhor atriz? TINHA que ser dela, ou eu cortava os pulsos (hahah). Natalie Portman, aquela linda, maravilhosa, diva, tinha que ser dela sim. E eu nem precisava assistir aos outros filmes para saber que esse ano é dela. Talentosa, teu sobrenome é Portman. Fiquei muito feliz com a vitória de Colin Firth, hein... Que trabalho ele faz. Muito mais sensível, tocante, não fake. O cara entrega uma baita interpretação para nós, num filme que tinha tudo para ser um completo desastre, reflitam sobre a sinopse.

E para não dizer que sou A hater de "A Origem", os prêmios de Som e o de Efeitos Especiais foram super merecidos. E vou mais, merecia Melhor Roteiro Original também, mas não estava na torcida hehe. "A Rede Social" levou o que tinha que levar (menos Diretor, néam, academia): Montagem, Roteiro Adaptado e Trilha Sonora (amazing, mesmo eu tendo gostado muito da do Alexandre Desplat em "O Discurso do Rei". Só que ele tinha trabalhores melhores no mesmo ano: "Harry Potter 7.1" e "O Escritor Fantasma", foi indicado pelo menos melhor de bom, que mesmo sendo isso, é maravilhoso mesmo assim).

No mais, acho que só. Estou sem paciência de comentar o Red Carpet hoje... Só sei que Natalie Portman tava linda, Reese Whiterspoon também. E as piores da noite foram Cate Blanchett (que tava só o sangue), Nicole Kidman (sempre brega) e Gwyneth Paltrow (sempre sem graça, além de estar com um vestido horroroso).

A lista dos vencedores:

- Melhor fime: "O Discurso do Rei"
- Melhor diretor: Tom Hooper, por "O Discurso do Rei"
- Melhor ator: Colin Firth, por "O Discurso do Rei"
- Melhor atriz: Natalie Portman, por "Cisne Negro"
- Melhor ator coadjuvante: Christian Bale, por "O Lutador"
- Melhor atriz coadjuvante: Melissa Leo, por "O Lutador"
- Melhor roteiro original: "O Discurso do Rei"
- Melhor roteiro adaptado: "A Rede Social"
- Melhor filme estrangeiro: "Em Um Mundo Melhor", Dinamarca
- Melhor trilha sonora: "A Rede Social"
- Melhor canção original: "Toy Story 3", com "We Belong Together"
- Melhor fotografia: "A Origem"
- Melhor montagem: "A Rede Social"
- Melhor direção de arte: "Alice no País das Maravilhas"
- Melhor figurino: "Alice no País das Maravilhas"
- Melhores efeitos especiais: "A Origem"
- Melhor animação em longa-metragem: "Toy Story 3"
- Melhor animação em curta-metragem: "The Lost Thing"
- Melhor mixagem de som: "A Origem"
- Melhor edição de som: "A Origem"
- Melhor maquiagem: "O Lobisomem"
- Melhor curta-metragem: "God of Love"
- Melhor documentário em curta-metragem: "Strangers No More"
- Melhor documentário: "Trabalho Interno"

Fotos e lista dos vencedores retiradas daqui.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O preço do crescimento



É, galera. Demorei, mas finalmente coloco aqui o primeiro de - espero, muitos - posts, cujo texto, diria nossa companheira, Karla Passeri, "tem a minha cara" (risos).

Como a aposentadoria de Ronaldo já é assunto ultrapassado, resolvi escolher dois casos polêmicos os quais tive oportunidade de cobrir para o LANCE!, sobre os quais podemos discorrer sobre o viés da personalidade dos indivíduos.

O primeiro caso aconteceu na cidade gaúcha de Veranópolis, mais precisamente com jogadores do clube homônimo. Cinco atletas decidiram reunir-se na casa do zagueiro Anderson Bill para jantar enquanto assistiam à estreia do Santos pela Libertadores, contra o paraguaio Deportivo Táchira.

Durante a noite, no entanto, o atacante Gilson e o meia Marcos Paraná começaram a discutir, agrediram-se e destruíram a casa do companheiro de equipe. O cúmulo da violência foi a utilização de uma faca por parte de Gilson para ameaçar Marcos, que, assustado, pulou da sacada do apartamento, fraturando duas costelas.



Moral da história: ambos tiveram seu contrato rescindido pelo Veranópolis, o escândalo tomou conta da pacata cidade do interior gaúcho e o presidente Gilberto Generosi (foto), a quem tive oportunidade de entrevistar por telefone, usou termos como "vergonha" e "situação desanimadora" para referir-se ao ocorrido, visto que, em uma cidade pequena, é fácil ter o nome manchado e a reputação destruída. No mesmo dia da rescisão com os dois, o técnico também deixou o clube, mas, de acordo com o presidente, nada tinha a ver com o fato em questão.

Contada a situação, fica a indagação: levando em conta que Marcos era peça-chave da equipe e Gilson vinha se firmando como titular, haveria motivo para jogar o sucesso que vinham fazendo - com a equipe classificada para as quartas-de-final do Campeonato Gaúcho - no lixo? Pois foi o que fizeram. Despedidos pela diretoria, os dois tiveram de sair da cidade, o que não sei se já fizeram. Quando pude entrevistar Marcos Paraná, também por telefone - ele relutou em falar sobre o caso -, ele disse estar recuperando-se em casa, fato que estranhei, para alguém que teria fraturado duas costelas tão recentemente.

Conseguiriam dois companheiros de time, apesar da boa fase que viviam, estragar, quem sabe, uma carreira em uma noite? Menos ainda, em um acesso de raiva? O presidente Generosi me contou que, embora Gilson fosse uma pessoa tranquila dentro e fora de campo, Marcos sempre foi explosivo, agitado. Para exemplificar, foi expulso em duas das quatro partidas que disputou.

Há quem diga que pode ter sido a pressão costumeira sob a qual vive um jogador de futebol. Outros poderiam supor que a causa foi o "stress do dia-a-dia", ou a "vida corrida que temos atualmente", graças ao comodismo de um puro lugar-comum.

Acho que, depois de um texto - talvez, desnecessariamente - tão longo, é melhor deixar o outro caso para um post mais adiante. No entanto, deixo uma pergunta: o quanto vale uma carreira em construção? Que valor deve ser atribuído a uma oportunidade recebida? Certamente, os dois atletas em questão deixaram uma chance de ouro - "menos, por favor", diriam uns - passar.

Para quem quiser detalhes das declarações de personagens desta matéria, acesse:

http://www.lancenet.com.br/minuto/Veranopolis-Campeonato_Gaucho_0_428957264.html

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Vencedor

Boa noite :D

Dando início a mais um post, já sou maioria por aqui, né? Overdose cinematográfica, provavelmente quem está lendo isso aqui deve estar de saco cheio de mim, hahah. Mas não se preocupem, meus companheiros de mesa devem estar voltando das férias e, em breve, eles vão postar por aqui também. Já tivemos uma palinha da querida Karla Passeri com o post (Des)Amor Eterno, belíssimo post de estreia que tem como tema a canção "Eu te Amo", de Chico Buarque, quem ainda não conferiu, não sabe o que está perdendo.

Bom, dando continuidade à minha "maratona Oscar", assisti hoje a "O Vencedor". Quase que não consigo sessão, ele já está quase saindo, mas foi culpa minha. Confesso que fiquei empurrando-o com a barriga, não estava com muita vontade de assistir não, o enredo não estava me cheirando bem, digamos... O filme parecia ser aquele drama cheio de mensagens de superação de vida e blá-blá-blá, melodrama do tipo que o Oscar adora e tal, mas enfim. Vamos lá aos comentários?


O filme me surpreendeu. Não é melodrama. Sim, ainda é um drama, mas aquele na medida certa. Não peca por exageros e nem tenta levar o espectador às lágrimas forçando nada. E além do drama funcionar muito bem, o filme possui partes cômicas (Bale, Melissa Leo e até Amy Adams) ótemas. O tema "drogas" é bem abordado, não é muito aprofundado, mas eficiente mesmo assim. Christian Bale fantástico, fantástico. Desde a primeira cena com o olhar vidrado, difícil não ter simpatia por ele... Aliás, eis os dois nomes do filme: Christian Bale e Melissa Leo.

 
Ainda nas atuações, contamos com uma ótima Amy Adams (adoro a moça) e um ótimo (sim, ótimo!) Mark Wahlberg. Eu gosto muito dele. Considero-o subestimado, acho que ele tem um tipão, é carismático, tem boa presença em tela e é competente. Além de ótimas atuações, o filme também tem uma boa direção. Curti bastante. Gostei muito das cenas das lutas passando, mudando os adversários apenas, achei que ficou estilo. E a última luta, com Mark Wahlberg em câmera lenta e depois em movimentos normais (que parecem frenéticos por causa do movimento do próprio boxe) sensacional também. A trilha sonora é bem boa e dá um rítimo muito bom ao filme.

Ah, e a propósito, achei o Bale ótimo, sim. Mas ainda ficom a atuação de Geoffrey Rush em "O Discurso do Rei". Acho uma atuação mais sensível e acho, sinceramente, que ele conduz o filme. Eu fiquei realmente encantada com a persona que ele cria, coisa cativiante dos Deuses. Não desmerecendo o Bale, mas Geoffrey é meu favorito até então.

Atualizando o top do Oscar:
1. Cisne Negro/Toy Story 3
2. O Discurso do Rei
3. Bravura Indômita
4. O Vencedor
5. A Rede Social
6. A Origem

Do 1 ao 4: sensacionais. 5 e 6: nhé, ok.
Estou feliz com este Oscar até então.